Os Lusíadas de Luís de Camões

ilustrados por Carlos Alberto Santos

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Canto I, estâncias 18-19

Camões pede a D.Sebastião autorização para lhe dedicar Os Lusíadas ("...para que estes meus versos vossos sejam...") e inicia o relato da viagem.

18-
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Mas, enquanto este tempo passa lento
de regerdes os povos, que o desejam,
dai vós favor ao novo atrevimento,
para que estes meus versos vossos sejam;
e vereis ir cortando o salso argento
os vossos argonautas, por que vejam
que são vistos de vós no mar irado,
e costumai-vos já a ser invocado.
salso argento- salgado e cor de prata, as espumosas ondas do mar;
argonautas- navegantes (de Argos, nome do navio do mítico herói Jasão);
costumai-vos já a ser invocado- Camões parece sugerir uma  prática (talvez  meramente elogiosa) de invocar o nome do rei em momentos de perigo.
19-
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Já no largo oceano navegavam,
as inquietas ondas apartando;
os ventos brandamente respiravam,
das naus as velas côncavas inchando;
da branca escuma os mares se mostravam
cobertos, onde as proas vão cortando
as marítimas águas consagradas,
que do gado de Proteu são cortadas.
Proteu- divindade marinha, guardadora dos seres do mar.
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