Os Lusíadas de Luís de Camões
ilustrados por Carlos Alberto Santos
Canto I, estâncias 42-44, inicia-se o relato da viagem para a Índia:
42-
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Enquanto isto se passa na fermosa
casa etérea do Olimpo omnipotente,
cortava o mar a gente belicosa
já lá da banda do Austro e do Oriente,
entre a costa etiópica e a famosa
Ilha de São Lourenço. O sol ardente
queimava, então, os Deuses que Tifeu
co temor grande em pexes converteu.
Austro- sul (Austro é o vento sul);
Ilha de S.Lourenço- Madagáscar;
o sol queimava os deuses que Tifeu (...) em peixes converteu- alusão mitológica que, neste caso, parece querer dizer que o sol se encontrava na constelação Peixes, o que situa a acção nos meses deste signo (Fevereiro/ Março).
43-
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Tão brandamente os ventos os levavam
como quem o Céu tinha por amigo;
sereno o ar e os tempos se mostravam,
sem nuvens, sem receio de perigo.
O Promontório Prasso já passavam
na costa de Etiópia, nome antigo,
quando o mar, descobrindo, lhe mostrava
novas ilhas, que em torno cerca e lava.
Promontório Prasso- ponto saliente da costa de Moçambique (Cabo Delgado?);
Etiópia- este nome referia, nos textos clássicos, não só a região hoje assim denominada mas também, como neste caso, a costa oriental de África e até a totalidade do continente africano.
44-
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Vasco da Gama, o forte Capitão,
que a tamanhas empresas se oferece,
de soberbo e de altivo coração,
a quem Fortuna sempre favorece,
para se aqui deter não vê razão,
que inabitada a terra lhe parece.
Por diante passar determinava,
mas não lhe sucedeu como cuidava...
como cuidava- como esperava.
- ouvir estas estâncias

Terminam aqui as ilustrações especificamente realizadas por Carlos Alberto Santos para o Canto I d'Os Lusíadas... .............................

... mas adaptei outras ilustrações do artista a trechos e episódios d'Os Lusíadas: leia aqui o do Adamastor!

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