Os Lusíadas de Luís de Camões ilustrados por Carlos Alberto Santos |
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14-
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Nem deixarão
meus versos esquecidos
aqueles que, nos reinos lá da aurora, se fizeram por armas tão subidos, vossa bandeira sempre vencedora: um Pacheco fortíssimo e os temidos Almeidas, por quem sempre o Tejo chora, Albuquerque terribil, Castro forte, e outros em quem poder não teve a morte. |
nos
reinos da aurora- no Oriente (onde o Sol nasce);
um
Pacheco fortíssimo- Duarte Pacheco Pereira;
os
Almeidas, por quem sempre o Tejo chora- D.Francisco de Almeida
e o filho D.Lourenço, nenhum dos quais regressou a Portugal
(D. Lourenço pereceu num combate naval em Chaul e D.Francisco
morreu na costa africana, num recontro de circunstância
contra nativos);
Castro
forte- D.João de Castro, último grande vice-rei
da Índia.
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15-
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E,
enquanto eu estes canto e a vós não posso, sublime rei, que não me atrevo a tanto, tomai as rédeas vós do reino vosso: dareis matéria a nunca ouvido canto! Comecem a sentir o peso grosso (que polo mundo todo faça espanto) de exércitos e feitos singulares de África as terras e do Oriente os mares. |
o
peso grosso (...) de exércitos- as pesadas consequências
da acção militar portuguesa;
polo-
o mesmo que "pelo" (lê-se "poulo").
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- ouça estas estâncias (mal lidas)- para estudantes estrangeiros | |||