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FROM POETRY (read about
it)
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POVO QUE LAVAS NO RIO (de Pedro Homem de Mello) |
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Voz 1 |
Povo que lavas
no rio,
Que vais às
feiras e à tenda,
Que talhas com
teu machado
As tábuas
do meu caixão,
Pode haver quem
te defenda,
Quem turve o
teu ar sadio,
Quem compre
o teu chão sagrado,
Mas a tua vida,
não!
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EM
CONSTRUÇÃO
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Meu cravo branco
na orelha!
Minha camélia
vermelha!
Meu verde manjericão!
Ó natureza
vadia!
Vejo uma fotografia...
Mas a tua vida,
não!
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Fui ter à
mesa redonda,
Beber em malga
que esconda
Um beijo, de
mão em mão...
Água
pura, fruto agreste,
Fora o vinho
que me deste,
Mas a tua vida,
não!
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Procissões
de praia e monte,
Areais, píncaros,
passos
Atrás
dos quais os meus vão!
Que é
dos cântaros da fonte?
Guardo o jeito
desses braços...
Mas a tua vida,
não!
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Aromas de urze
e de lama!
Dormi com eles
na cama...
Tive a mesma
condição.
Bruxas e lobas,
estrelas!
Tive o dom de
conhecê-las...
Mas a tua vida,
não!
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Subi às
frias montanhas,
Pelas veredas
estranhas
Onde os meus
olhos estão.
Rasguei certo
corpo ao meio...
Vi certa curva
em teu seio...
Mas a tua vida,
não!
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Só tu!
Só tu és verdade!
Quando o remorso
me invade
E me leva à
confissão...
Povo! Povo!
Eu te pertenço.
Deste-me alturas
de incenso...
Mas a tua vida,
não!
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João
Manuel Mimoso
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2007, September
05
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