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FROM POETRY- read about
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PASSOS
DA CRUZ (VII) (de Fernando Pessoa)
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Voz 1 |
Fosse eu apenas,
não sei onde ou como,
Uma coisa existente
sem viver,
Noite de Vida
sem amanhecer
Entre as sirtes
do meu doirado assomo
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Em
construção
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Fada maliciosa
ou incerto gnomo
Fadado houvesse
de não pertencer
Meu intuito
gloriola com ter
A árvore
do meu uso o único pomo
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Fosse eu uma
metáfora somente
Escrita nalgum
livro insubsistente
Dum poeta antigo,
de alma em outras gamas,
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Mas doente,
e, num crepúsculo de espadas,
Morrendo entre
bandeiras desfraldadas
Na última
tarde de um império em chamas
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07, September 05 |
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