NOTA:
Os Lusitanos eram um povo de raiz indo-europeia (ariana). Diversos historiadores
consideram os Lusitanos um povo do ramo celta da família indo-europeia.
Os Celtas ocuparam uma grande parte da Peninsula Ibérica, tendo mantido
uma certa identidade na faixa oeste da Peninsula (num território correspondente
actualmente à Galiza e a Portugal) e misturando-se com povos anteriores
não-arianos (os Iberos) no centro e sul da Peninsula. O
local de nascimento de Viriato não é conhecido, embora a tradição
consagre o maciço da Serra da Estrela. Mas não é impossível
que tenha nascido no que é hoje território espanhol, já que
esse maciço montanhoso se prolonga para além da fronteira portuguesa.
Pouco importa, já que todos os povos ibéricos compartilham o passado
e o presente, tal como necessariamante compartilharão o futuro.
Como chefe militar foi um excelente táctico tendo obtido retumbantes vitórias
sobre os romanos. Os interessados podem ler AQUI
um resumo biográfico de Viriato (em espanhol). Do resumo reconhecerão
que a generalidade da sua actividade como comandante militar ocorreu em Espanha,
cobrindo um território tão extenso que leva a crer que tenha travado
uma guerra com uma visão estratégica alargada, usando o que é
hoje território português como último refúgio para
onde recuaria face às adversidades no campo militar. Por isso, os nossos
amigos espanhóis o consideram justificadamente como um herói da
sua própria nacionalidade. English
version An
introduction to the poem: The
Lusitanians were an Indo-European tribe (possibly of Celtic origin) that lived
in what is today Portugal and adjacent parts of Spain. During the I century BC
they opposed the Roman Invasion of the Peninsula. Headed by Viriathus they held
the Romans long in check mostly by guerrilla warfare. In this poem Pessoa traces
the ancestry of the Portuguese nation to the instinct of Viriathus for independence
and asserts that we exist as a nation because there lives in us a memory of that
instinct. Viriathus:
If the
soul, that feels and acts, knows
Simply because it remembers what it forgot,
Then we, nation, live because within us
There is a memory of your instinct.
Nation, because you reincarnated,
People, because you were reborn,
Either you, or that of which you were the stem,
And thus was Portugal born.
Your being is like that cold
Light that precedes dawn,
And is the assurance of the day to be
Before daylight, obscure nothingness.
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