A ETIQUETA ESTORIL |
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A etiqueta "Estoril" dos "Discos Estoril" com sede na Rua 1º de Dezembro, em Lisboa, existia já na primeira metade dos anos 50 como editora de discos de 78rpm (à esquerda a etiqueta da faixa EL170). Em fins de 1954 a Estoril iniciou a edição de discos de vinil 45 rpm com a sigla MS 10xx. As edições prolongaram-se durante alguns (poucos) anos tendo-se a marca concentrado quase exclusivamente em música portuguesa, aproveitando em parte gravações já editadas em 78rpm. Dados os poucos gira-discos existentes em Portugal nessa época, a Estoril escolheu como alvo preferencial o então reduzido mercado dos turistas que nos visitavam. Por isso a contracapa dos discos tem textos em francês e inglês e frases alusivas tais como "Take Portugal back with you in a record of its music". |
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As primeiras edições tinham uma etiqueta quase idêntica às dos discos 78rpm, representando a esfera armilar num enquadramento classicizante (imagem à esquerda). A partir do MS 1011 surge uma nova etiqueta ilustrando o Casino do Estoril de então, mas com textos que se perdiam parcialmente se o centro fosse removido. Seguiu-se uma nova versão (figura abaixo ao centro) em que o centro era mais fácil de cortar e só o nome da etiqueta se perdia. Finalmente, estabeleceu-se a versão definitiva em que o centro podia ser removido sem afectar nenhum texto. Esta última versão ocorre normalmente na cor vermelha mas também existe em amarelo, como no exemplo abaixo, e em verde claro. |
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Uma característica da fase inicial da Estoril era a edição de discos por séries, com capas idênticas em variações cromáticas. abaixo alguns exemplos da terceira destas séries ("Shegundo Galarza em boite). |
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Algumas capas têm a tiragem impressa à margem, donde se pode concluir que cada edição tirava 1500 discos, uma quantidade exígua. Os discos eram reeditados quando necessário, utilizando as etiquetas correntes à data das reedições. Em muitos dos discos com a etiqueta do último tipo ocorre uma patologia do vinil que na sua forma mais benigna corresponde a uma irregularidade da superfície que forma pequenas ondas, e na forma mais daninha corresponde à formação de borbulhas e eventual empeno do disco. No disco ao lado, as borbulhas correspondem aos pontos brilhantes. Qualquer defeito visível a olho nu inutiliza o disco pelo que se recomenda que os discos da marca sejam examinados antes da compra. |
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Em algumas das últimas edições a Estoril introduziu capas com fotografias dos cançonetistas e fadistas do disco em causa mas o novo desenho, se bem que mais apropriado ao conteúdo, perdeu um certo encanto arcaico que caracterizava as edições mais antigas. A etiqueta desapareceu antes do fim da década, na época em que a Alvorada entrou no mercado, mas os seus discos merecem ser conservados como relíquia histórica dos inícios do vinil em Portugal. Nota: este texto representa o estado actual dos meus conhecimentos. À medida que vá obtendo mais dados irei precisando as referências. Procuro colecções de discos desta marca (45 e 33,3 rpm) bem como catálogos ou documentação. Propostas: joaom.mimoso@gmail.com . |
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Créditos: retirei a informação de que o primeiro EP da Estoril foi editado em 1954 deste site (blog guedelhudos, que merece uma visita demorada). A data mais antiga que tinha anteriormente era 1955, baseada nas marcas das litografias das capas dos LPs da marca. | |||||
2008-05-19
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