A COLECÇÃO ECLÉTICA DA AGÊNCIA PORTUGUESA DE REVISTAS
     
 

Nos anos 50 a Editora Vecchi do Rio de Janeiro introduziu o conceito dos albuns de cromos como publicações periódicas, lançando "Os Livros de Ouro da Juventude". Cada número trimestral correspondia a uma colecção de cromos. Especialmente notável foi o Nº 18 dessa colecção, com o nome "Raças e Costumes", que correspondeu às Raças Humanas publicadas em Portugal, mas com 308 cromos, a maior parte dos quais de feitura local de excelente qualidade.

O exemplo da Vecchi pode ter inspirado Mário de Aguiar a lançar uma colecção que também se pretendia trimestral mas que, na realidade, nunca teve uma periodicidade fixa, alternando meses em que chegavam a ser lançadas duas colecções com trimestres em que não era lançada nenhuma.

     
 

Tal como o próprio nome da Colecção indica, os albuns nela integrados não tinham afinidades (nem sequer de formato!) e não se entrevê razões para uma solução deste tipo, excepto se tiver havido economias fiscais ou outras, ao abrigo de alguma lei de incentivo às publicações periódicas. De qualquer maneira o nome durou cerca de 5 anos a partir de Março de 1967.

O primeiro número da Colecção (História de Portugal) não foi auspicioso uma vez que se tratava apenas de mais uma reedição em formato quadrado da famosa colecção de 1953. Na Colecção seriam reeditados antigos êxitos tais como "Segredos do Mundo Animal" e "Camões" e também outras colecções de menos sucesso, como "Bambi".

     
 

Felizmente, a generalidade dos mais de 20 albuns da Colecção Eclética foram originais.

Alguns são raros ou mesmo muito raros, como é o caso dos nº 3, 7, 11 e 12. Outros são interessantes por abordarem temáticas total ou parcialmente nacionais, como os nº 5, 6, 10, 19 e 21.

De qualquer maneira, a Colecção Ecléctica representou uma época na vida da Agência Portuguesa de Revistas enquanto editora de cromos, durante a qual ela se superiorizou finalmente à Ibis após quase uma década de hegemonia da segunda à custa das grandes colecções da Bruguera. A numeração dos albuns convida, por outro lado, a "uma colecção de colecções", o que é sempre cativante.

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Lisboa, Portugal. 2003-03-01. João Manuel Mimoso
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