CERES
ultramarino
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Conhecem-se duas falsificações dos selos Ceres do Ultramar, ambas com a mesma proveniência. Os primeiros falsos foram detectados no Porto, no início da década de 1950, em lotes provenientes de Itália. Estas falsificações têm um carácter único no facto de as chapas serem praticamente perfeitas e os falsificadores serem notavelmente incompetentes. Na verdade, ambas as falsificações se encontram dentro da gama de variabilidade dos selos autênticos e por isso pode-se dizer que a gravação é quase perfeita (num dos casos é mesmo perfeita). No entanto a parte simples da falsificação (a aposição dos valores e dos nomes das colónias) é tão incompetente que denuncia a falsificação. Deve pois concluir-se que se utilizaram chapas subtraídas à Casa da Moeda. Os falsos "novos" são facilmente identificados pelo facto da cola se apresentar partida em filetes horizontais (imagem à esquerda). Esta característica foi-me indicada pelo Sr.João Maçãs de Lisboa e é comum às duas falsificações. |
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Uma outra característica comum a todos os falsos é a cintura da figura de Ceres. Se se traçar uma linha imaginária começando no ponto mais saliente do peito e terminando no ponto em que a lâmina da foice encontra a lapela do manto:
Esta característica foi apontada pelo Sr.João Moreira Baptista (ver a bibliografia). |
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As duas outras características distintivas de todos os falsos são:
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Falsificação Nº1 : | ||||||
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Nesta falsificação, além de outros detalhes menores, a manga do braço esquerdo de Ceres acaba num gancho, como se definisse um punho (ver imagem esquerda mais próxima), enquanto no autêntico a prega é direita. Esta característica ocorre muito raramente nalguns selos autênticos. A falsificação é conhecida nos três valores mais altos de todas as colónias africanas e da Índia, sendo também referenciada noutros valores. |
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A falsificação da Guiné é a mais espectacular e fácil de detectar pela falta das estrelas que nos selos autênticos enquadram o nome da colónia. Os falsos também são conhecidos com as estrelas, mas nunca os vi. À esquerda compara-se a palavra "Guiné" no autêntico e no falso. Além da pouca exactidão na definição das letras sobressai a forma do acento sobre o "E" de "GUINÉ" que é muito característico e diferente no falso. Quando carimbados, os falsos levam a marca "BOLAMA" e uma data de Julho de 1925. Abaixo ilustram-se os falsos de 5, 10 e 20$00 com a falta das estrelas que ladeiam o nome da colónia. |
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Na figura ao lado, o selo superior é autêntico; o inferior é uma falsificação. Nas falsificações de Moçambique o ponto principal a notar é o "Ç". No selo, a serifa é inclinada para fora, seguindo a curva do "C". Na falsificação a serifa está inclinado para dentro. (se não sabe o que é uma serifa, leia esta página) Além deste detalhe muito evidente, a cedilha do "Ç" é diferente na falsificação, bem como a forma do "Q". Na figura abaixo ilustram-se um selo de 5$00 e duas falsificações de 20$00, provavelmente impressas com chapas diferentes. |
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Na figura ao lado, o selo superior é autêntico e o inferior é uma falsificação. Além da geral má definição das letras, note-se que na falsificação o "A" tem uma altura menor do que o "B" em "CABO". Na figura abaixo ilustram-se um selo autêntico de 1/2 Centavo e duas falsificações de 20$00, das quais uma carimbada. Os falsos usados estão carimbados "S.VICENTE" e datados 17-ABR-26 (?). |
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Falsificação Nº2 : |
Nesta falsificação a impressão é mais nítida e a manga do braço esquerdo da Ceres não termina em gancho, sendo nisto idêntica ao autêntico. No entanto os carimbos tipográficos com que é aposto o nome da colónia são os mesmos utilizados na falsificação Nº1, o que comprova idêntica autoria. Abaixo um selo autêntico (esquerda) uma falsificação Nº1 (centro) e uma falsificação Nº2 (direita). |
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Bibliografia:
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Página a completar quando conseguir mais material. Compro falsos. |
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João
Manuel Mimoso; 2008-05-27
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